sexta-feira, 1 de março de 2019

Leis penais frouxas!


A.A., de 41 anos, discutiu com o marido durante o jantar e acabou a discussão jogando óleo quente no pescoço e rosto dele, o que provocou sua morte. O fato ocorreu em fevereiro do ano passado em Londrina, PR. As investigações concluíram que a mulher cometeu o crime para ser beneficiada pela pensão de cerca de R$ 4 mil do marido, além de se apossar da residência onde moravam juntos. "A crueldade do ato é de causar espanto em qualquer um", escreveu o policial no fim do inquérito.

E a continuação da história? Por decisão da nossa benévola justiça, A.A. foi condenada a parcos seis anos de prisão em regime semiaberto, isto é, teria apenas de dormir na cadeia e poderia passar os dias em casa. Por alguma falha no sistema, ela permaneceu 11 meses e três dias no sistema fechado, quase um sexto do total da pena. Agora o juiz, baseado no "bom comportamento carcerário, não havendo nenhuma notícia de falta grave ou participação em motim", concedeu-lhe a liberdade sem a necessidade sequer de usar tornozeleira eletrônica. Apenas deverá informar em até 30 dias que está trabalhando, não poderá sair de casa à noite, entre 21 horas e 6 horas do dia seguinte, incluindo fins de semana e feriados, não poderá ingerir bebida alcoólica, nem frequentar bares e lanchonetes, informar eventual mudança de endereço e não deixar a cidade por mais de oito dias.

Moral da história: sem dúvida vale a pena uma mulher assassinar o marido para viver de sua polpuda (comparada ao salário mínimo) pensão e ainda levar de prêmio a casa em que moravam juntos. Afinal, o que são 11 meses de prisão após cometer tal barbaridade?

É por esta e por outras que a cada blitz policial em que suspeitos são interrogados, a gente descobre que muitos deles já haviam cumprido várias penas de prisão - inclusive por assassinatos -, a maioria é reincidente, outros usam tornozeleiras eletrônicas mas não mudaram seu comportamento e todos sabem que, apesar das evidências, cumprirão penas muito, muito brandas e estarão nas ruas pouco tempo depois.

Foto: FolhaMax
JEB

Nenhum comentário:

Postar um comentário