segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Qual é a do Bolsonaro?

 



Um líder político deveria ser o retrato do seu povo. É o povo que o coloca no poder através do voto e o voto externa os anseios dos cidadãos do seu país. Ao mesmo tempo, este líder deveria dar o exemplo, através da sua conduta e dos seus atos.

Deduzo que o presidente ou não possui o discernimento necessário para tomar estas atitudes equivocadas, ou está sendo pessimamente orientado pela trupe que o cerca.

Pois é inconcebível que nosso presidente pratique ações absolutamente contrárias àquilo que seria razoavelmente correto. Dentre estas ações, as suas afirmações equivocadas a respeito da Covid 19, das vacinas e principalmente o mau exemplo quanto ao não uso da máscara, nos agride profundamente.

Apesar das controvérsias a respeito do combate à Covid, sabe-se que uma das poucas medidas preventivas é o uso da máscara, evitando-se assim que uma possível contaminação de um respingue em outrem, que poderia ser eu, ser você, leitor, ou nossos pais, nossos avós, nossos filhos, nossos amigos. 


terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Lembrando o Pasquim

Entre  junho de 1969 e novembro de 1991 circulou um jornal absolutamente diferenciado de todos os outros: era o Pasquim, rotulado como um veículo da contracultura, com textos e reportagens diferenciadas e desafiadoras.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Podcast: A "montanha russa" do Parque do Ibirapuera

 

Antes de se transformar no parque que conhecemos hoje, o Ibirapuera em São Paulo era um local ermo, com matagal e árvores. Obras gigantescas foram executadas com a finalidade de entregar o complexo por ocasião das comemorações do IV Centenário da cidade.

> Clique aqui para ouvir este podcast

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

"Propaganda subliminar, o perigo!"


Ouça o que alguns publicitários produzem para que você adquira produtos e serviços, ou seja subconscientemente induzido a votar em algum político:

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

"Embalagens e a Terceira Idade"

Fabricantes de produtos alimentícios e agências de propaganda aparentemente se esquecem do público consumidor da Terceira Idade.
Rótulos e embalagens são criados, muitas vezes propositadamente, para dificultar a leitura.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O que aprendi com a pandemia

 

    Primeiro, descobri que a cada 10 especialistas comentando sobre o Covid 19 surgem duas, três, quatro ou mais opiniões conflitantes. Deles, não aprendi nada.
    Aprendi que o ser humano se divide em duas espécies: os que atendem às recomendações das autoridades e os que se negam peremptoriamente a segui-las.
    Aprendi que parte da população entende a necessidade do uso de máscara de proteção e a outra parte provavelmente tem bloqueios mentais, deixando-a de lado, usando-a sob o nariz, ou só cobrindo a garganta (como se tivessem cachumba), ou ainda pendurada na orelha.
    Aprendi que a o pessoal da imprensa anda esfregando as mãos de contentamento, pois o assunto pandemia é interminável e dá margem a reportagens espetaculosas, dramáticas e sensacionalistas.
    Aprendi que grande parte dos governantes – em especial nosso presidente da república - se esmera em dar o péssimo exemplo do não uso das máscaras, provocando aglomerações, tocando as outras pessoas com as mãos, muitos se beijando nas faces e se contrapondo a todas as recomendações dos infectologistas.
    Aprendi que nem mesmo nos países ditos evoluídos existe um consenso em relação às medidas que devem ser tomadas. Confinamento ou não confinamento, escolas abertas ou fechadas, multar ou não multar os transgressores das medidas preconizadas, aeroportos liberados ou paralisados...
    Aprendi que muitos jovens desta geração são totalmente diferentes dos da minha: não leem notícias, se alienam em relação à pandemia, desobedecem aos pais saindo para as baladas ilegais, se imaginam imunes ao vírus e dão pouca ou nenhuma importância à integridade física dos outros.
    Aprendi que os políticos mais uma vez sobrepõem interesses particulares, muitas vezes escusos, acima das necessidades dos seus eleitores – e aqueles que possuem dentro de si os genes da maldade, se aproveitam da pandemia para concretizar negócios, faturar comissões, efetuar compras inexistentes e enriquecer à custa dos doentes.
    Aprendi que, depois de 9 meses de pandemia, realmente não aprendi nada!

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O buraco é mais embaixo

Só não enxerga quem não quer: a maioria dos problemas brasileiros resulta da inércia, inépcia e incompetência dos governantes, que simplesmente viraram as costas para a pobreza crescente no Brasil. Na mesma medida em que cresce o número de favelas, barracos, palafitas, invasões de terras, assentamentos ilegais – últimos recursos de uma população excluída e marginalizada – cresce também a deficiência no ensino, a falta de escolas, de assistentes sociais, de amparo aos mais necessitados.
Crianças que largaram os estudos, famílias desestruturadas e o avanço dos traficantes e das milícias, fazem com que aumente o número de jovens cooptados pela criminalidade, que promovem seu “acolhimento”, oferecem uma sensação de pertencimento que os jovens não obtêm em suas casas. Grande parte dos seus irmãos são frutos de diferentes pais, num segmento social em que as palavras casamento e união estável inexistem.
E o que exatamente os governos federal, estaduais e municipais via de regra fizeram para mudar este status quo? Instalaram mais escolas próximas destes bolsões de pobreza? Enviam assistentes sociais para orientações sobre higiene, alimentação, controle de natalidade? Oferecem creches para as mães deixarem seus filhos e, em geral como chefes de família, poderem trabalhar e levar sustento às suas proles? Como anda o atendimento hospitalar? Onde estão as obras de infraestrutura (água, esgoto, arruamentos, eletricidade sem os chamados “gatos”)? Quais programas habitacionais foram realmente implantados em larga escala?
As charges e fotos de políticos visitando as periferias são comuns em época de eleições. Poucos deles realmente se preocupam com os problemas. Não tive a oportunidade de ver um único projeto de candidato que oferecesse ideias nem soluções para essa imensa massa de marginalizados.
O buraco é bem, bem fundo!


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Blogueiros Oitentões

 

Há cerca de dez anos apresentei na Academia de Letras de Londrina um breve texto, com o título “Blogueiros Setentões”. Eu compartilhava a minha descoberta de que não conhecia nenhum outro setentão além de mim produzindo e escrevendo em seus próprios blogs.
A razão maior era o fato de que, com aquela idade, poucos jornalistas, publicitários e outros profissionais tiveram a coragem ou o atrevimento de se enredar nos programas gráficos de computador, que soavam estranhos e complexos para a minha geração. Hoje, em parte graças aos celulares (que são na realidade minicomputadores de alto desempenho), os jovens e principalmente as crianças operam este novo mundo digital com uma desenvoltura inacreditável.
No meu caso, como publicitário e originalmente “layoutman” (desenhista-criador de peças publicitárias na antiga prancheta de desenho), fui obrigado em meados da década de 1990 a tomar uma decisão radical na minha vida. Após perceber que outras agências de propaganda apresentavam seus trabalhos já produzidos em Corel, Page-Maker, Photoshop e outros programas gráficos, finalizados em impressoras de mesa, embrenhei-me no mundo da informática. Com meu primeiro computador, adquiri aqueles programas e, inicialmente receoso e atemorizado, levei alguns meses até conseguir produzir as primeiras criações publicitárias, que possibilitaram a continuidade da minha sobrevivência profissional ao mesmo nível dos concorrentes.
As universidades ampliaram seus cursos. O termo layoutman mudou para designer gráfico. Surgiram novas áreas, anteriormente impensáveis, como Big Data e Inteligência Analítica, Marketing Digital, Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, Produção Audiovisual Multiplataforma, Gestão de Redes de Computadores e Comunicação de Dados... e tantas outras especializações que hoje formam um emaranhado infinito de opções para formação de futuros profissionais. Cursos que vão muito além das áreas de comunicação, propaganda e marketing que eu cursara.
Em meados da década de 2000, comecei a aplicar meus conhecimentos de redação de textos e de design gráfico criando meu primeiro blog, que intitulei de “Bahr-baridades”, uma brincadeira com meu sobrenome. De início tímido, mas com ampla liberdade de expressão, escrevi sobre tudo: política, fatos do dia a dia, humor, crônicas, histórias do meu passado... 
Os acessos ao blog cresciam diariamente e chegaram a uma média de 1.000 diários, conforme indicava o contador de acessos do provedor. Em 2011, fui convidado pelo Diário de Maringá a inserir meu blog naquele veículo, onde o mantive até a decretação da falência daquele veículo em abril de 2019, perdendo lamentavelmente a maioria dos cerca de 4.000 textos lá publicados, que se tornaram inacessíveis. O mesmo aconteceu com vários outros blogs inseridos naquele portal.
Fui criador de outros blogs: talvez o mais importante tenha sido o “Visual de Londrina”, no qual eu me dedicava a denunciar a poluição visual da nossa cidade. Eu circulava pela cidade, fotografava os locais onde a poluição visual saltava aos olhos, inseria posts com as fotos e textos no blog, mostrava caminhos e soluções e este trabalho acabou despertando a atenção da imprensa - jornais, revistas e televisão -, para os quais dei várias entrevistas. Recebi críticas, elogios e quase tomei uma surra do pessoal que trabalhava com outdoors, ameaçados de perder seus empregos se a cidade adotasse medidas contra a poluição visual. Os textos que eu inseria no blog serviram de base, finalmente, para o então prefeito Barbosa Neto redigir e fazer aprovar a Lei da Cidade Limpa, de Londrina. Pelo trabalho desenvolvido, fui convidado a inserir meu blog no Jornal de Londrina, onde pouco mais tarde o extingui, visto a missão ter sido cumprida.
Hoje opero mais dois blogs: este “Conversas de bahr em bahr” – novamente uma brincadeira com meu sobrenome – e “Publicidade, prazer em conhecer”. Por comodismo, faço poucas inserções de matérias em ambos, talvez porque minha jornada de blogueiro já tenha sido bastante extensa.
Quando lancei meu segundo livro, fui entrevistado pelo Jornal da Gleba. O título da matéria foi “Julio Ernesto Bahr, o fuçador”. Sim, pois revelei ao jornalista que sou um pesquisador ou “fuçador” da internet, sempre buscando informações e comprovações de assuntos. E foi fuçando que descobri – ou melhor, não descobri até agora - nenhum outro blogueiro oitentão, que produza e escreva em seus próprios blogs.
Alguns provavelmente existem no Brasil. Em outros países, com certeza. Muitos existirão no futuro, quando a geração mais jovem se tornar idosa. Eles chegarão com grande conhecimento tecnológico e, quiçá, com formação cultural elevada. Mas por enquanto, considero-me um exemplar raro nesta fauna que se convencionou chamar de Terceira Idade. 
Um blogueiro oitentão! Principalmente blogueiro!

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Trump, espírito de ditador

 

Psiquiatras talvez possam explicar melhor as tendências de tantos dirigentes de países por todos os cantos do mundo em se tornarem ditadores.
A regra geral deles é jamais deixar o cargo de presidente e/ou ditador, agarrando-se com unhas e dentes às suas cadeiras/tronos, eternizando-se por 10, 20 ou mais anos.
A História está recheada destes tipos. Alguns já morreram, foram mortos ou estão a perigo em seus países:
Muammar Gaddafi
Papa Doc
Kim Jong-un
Manuel Noriega
Francisco Franco 
Augusto Pinochet
Salazar
Sadat
Bashar al-Assad
Lukaschenko
O que se estranha é que nos Estados Unidos, considerado um dos mais democráticos países do mundo, a figura arrogante, malcriada, despreparada e sem compostura de Donald Trump, vem demonstrando o seu desequilíbrio mental e moral, contestando as atuais eleições (cujo sistema difere dos sistemas da maioria dos países). Lá é possível um candidato ser derrotado nas urnas, mas ser eleito graças ao Colégio Eleitoral, o que  já ocorreu cinco vezes na história norte-americana. A primeira foi em 1824!
Depreende-se que o "espírito de ditador" tenha se alojado na cabeça de Trump, que está contestando as eleições - mesmo sem que todos os votos tenham sido apurados até esta data (05/11). 
Se eu fosse norte-americano, gritaria com todas as minhas forças: 
"Go home, Trump!"

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Brasil, incompetência é o seu nome!

 

Tente descobrir um papel ou uma garrafa plástica jogados nesta rua na Suíça

Difícil acreditar. Mas a maioria dos acontecimentos que viram manchetes e notícias na mídia, mostram o lado negativo que nos cerca por todos os lados. Graças à incompetência dos responsáveis.

No incêndio no hospital do Rio na terça-feira, 27/10, quando três pessoas morreram, as notícias dão conta de que o Ministério da Saúde sabia de risco de fogo ao menos desde abril de 2019; após relatório feito por equipe de engenheiros a pedido da pasta, nenhuma adaptação foi feita. Onde estava o diretor-responsável pelo hospital? 

As enchentes de São Paulo mostram a incompetência de prefeitos, um após o outro, que nada realizam para minimizar seus efeitos - inundações, deslizamentos, carros submersos, lixo boiando pelas águas. Nenhum plano foi proposto após a construção do primeiro piscinão, ainda no mandato de Paulo Maluf, mais um prefeito que foi preso. Onde estão os engenheiros, planejadores, responsáveis por soluções?

No Rio de Janeiro, cada vez mais os traficantes e as milícias vão tomando conta e formando um governo paralelo. Armados de fuzis e armas pesadas, meliantes circulam em bandos atemorizando, chantageando, matando, roubando e invadindo propriedades. Em países mais organizados, militares montaram verdadeiras operações de guerra, acabando com estes tipos de governos paralelos, principalmente na América do Sul. 

Mulheres que vivem na linha da pobreza, além de não conseguirem trabalho e geralmente viverem sozinhas com cinco, seis ou mais filhos, não recebem orientações da Assistência Social (será que essa instituição existe?) para aprenderem a usar contraceptivos - ou exigir que seus parceiros o façam. Pode-se imaginar o futuros destas crianças...

Prefeituras da maioria das cidades não conseguem acabar com o péssimo hábito dos cidadãos (?) em jogar lixo nas ruas, criando focos de doenças, entupimento de bueiros, enchentes e toneladas de plásticos e outros objetos. Por quê na Suíça e em outros países europeus raramente se vê um simples pedaço de papel nas ruas?

Neste post poderiam ser incluídas mais e mais demonstrações da incompetência brasileira que impedem nosso país de integrar o 1o. Mundo. Mas o texto se transformaria em um livro de 200 páginas, ou mais. Triste!

Em janeiro, médicos, enfermeiros e parentes de pacientes fizeram uma manifestação em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, após a direção da unidade decidir gastar R$ 156 mil para comemorar a festa de 70 anos da unidade. O evento aconteceu no momento que a unidade de saúde passava por um “choque de gestão” por falta de materiais para trabalhar no local. As tendas onde aconteciam a festa acabou sendo invadida por pelo menos cem manifestantes, entre médicos, servidores administrativos e enfermeiros, que gritavam palavras de protesto, além de "fora, Luana", se referindo a Luana Camargo da Silva, diretora do HFB, uma farmacêutica que não tinha a menor competência para dirigir aquela entidade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

513 deputados federais. Para quê?

 

A cada eleição bienal no país, surge em minha mente a imagem do palhaço Tiririca (lembra-se dele?), que decidiu candidatar-se e acabou eleito deputado federal por São Paulo, tendo sido o quarto deputado mais votado em toda a história do Brasil. Em quatro anos de legislatura, pronunciou um único discurso, em 6 de dezembro de 2017.
Assim como Tiririca, a maioria dos deputados apresenta zero ou pífias realizações, um quadro que chega a ser assustador. Quantos dos 513 deputados federais realizam efetivamente algo de positivo para a nação?
Muita gente nem se lembra do nome do deputado federal, estadual ou vereador  que ajudou a eleger com seu voto na última eleição.
As campanhas políticas mostram uma avidez dos candidatos em se elegerem e, quase sempre, suas finalidades se prendem unicamente a dinheiro, ganhos ilícitos, descaminho e, pior, nomeação de familiares e amigos a título de assessores. Daí surgem as chamadas "rachadinhas". O povo que se lixe!
O salário mensal mais benefícios de cada deputado federal soma R$168,6 mil (cerca de R$2 milhões /ano. Somados, os deputados representam um custo mensal de R$86 milhões e  de mais de R$1 bi anuais.
Junte-se ainda a verba para contratação de assessores para cada deputado, que é de R$ 101.971,94 e deve ser dividida entre 5 a 25 pessoas, que recebem uma remuneração variando entre um salário mínimo e R$ 14.334,28... e teremos a mais exata configuração de uma Corte Imperial, que manda e desmanda no país.
É por isso que aparecem tantos Tiriricas da vida tentando a sorte grande nas eleições. Uma aposta muito mais viável do que arriscar um jogo na Mega-Sena. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Senadores sabatinando juiz? Só pode ser mais uma piada!

O Brasil parece ter copiado  o american way of life no que se refere à aprovação de um juiz para ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal.
Pois para ser nomeado, o juiz Kassio Nunes foi sabatinado por mais de 10 horas por uma comissão de senadores.
Só esqueceram de informar ao juiz que dentre os "nobres" senadores, vários deles sofrem processos, inquéritos e até condenações à vista.
Na listagem de "realizações" destes senadores, estão incluídos, dentre outros: 
  • Peculato 
  • Uso de Documento Falso 
  • Crime Contra o Sistema Financeiro 
  • Crime Eleitoral 
  • Gestão Fraudulenta de Instituição Financeira
  • Crime de Responsabilidade
  • Estelionato
  • Improbidade Administrativa 
  • Formação de Quadrilha
Pesquisando no Tio Google, apesar das dificuldades e falta de transparência nas informações que se referem ao Senado, descobrimos em um portal (não se sabe se atualizado) que os senadores acumulam 50 pendências judiciais: 36 inquéritos (investigações preliminares) e 14 ações penais (processos que podem resultar na condenação do acusado). A notícia dava conta de que nove senadores são (ou eram) réus no Supremo.
Nesta jabuticaba brasileira, são os bandidos que interrogam mocinhos.

Imagem: Cartoonstock

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Óh, melindrado!

 

E a incongruência continua. O Supremo Tribunal Federal realizou uma reunião plenária (na modalidade remota) para discutir a absurda soltura via habeas corpus do meliante André do Rap pelo ministro Marco Aurelio, o "bonzinho" que o livrou da cadeia.

O ministro Marco Aurelio foi voto vencido, tomando uma goleada de 9 x1. E ficou bravo, vejam só! Deixou de se fixar no absurdo que cometeu, colocando nas ruas um assassino (sim, pois um traficante de drogas é, por essência, um assassino, visto as drogas resultarem em um número enorme de mortes em todo o mundo) e desancou o presidente atual do STF, ministro Luiz Fux pelo fato deste ter revogado o habeas corpus concedido. Afirmou, já quase fora de si, que se sentia ultrajado, pois um colega jamais poderia passar por cima das suas decisões.

Aqui vai a observação de um simples cidadão: qual a lógica do melindrado ministro Marco Aurelio se fixando - e de forma errônea - à letra fria da lei (lei fajuta inserida pela Câmara dos Deputados)? Onde fica a nossa segurança individual sabendo que indivíduos de alta periculosidade estão rindo à-toa pelas ruas? Por quê esse poder imperial de seres humanos que se julgam deuses, julgadores que interpretam as leis a seu bel prazer?

(Foto: G1)

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Ministro Marco Aurelio: infantil, de má-fé ou ignorante?

 

Que me desculpe o Ministro. Espero que a liberdade de expressão ainda coabite no Supremo Tribunal Federal.

Mas é inacreditável que um sujeito como ele interprete a lei de forma a soltar da prisão um delinquente de alta periculosidade, condenado a vários e vários anos de prisão, julgado em 2a. instância, como o tal André do Rap, que negocia toneladas de drogas entre o Brasil, países da América do Sul e Europa. Mesmo atrás das grades.

Esta interpretação do ministro mostra a empáfia de gente do poder. Preguiçoso, ele se absteve de examinar a ficha criminal do bandido e diz que "seguiu a letra da lei". Nós todos que nos danemos!

A tal "letra da lei" foi, obviamente, concebida lá na Corte Imperial de Brasília. Um Congresso ineficiente, que busca decisões para favorecer apenas os seus "pares", grande parte deles envolvidos e enrolados em processos. Continuam livres apenas por causa da chamada "imunidade parlamentar", uma aberração por eles criada e complementada com a proibição de serem presos no período eleitoral. Por isso, dezenas deles gastam fortunas em suas campanhas para sua reeleição, o que os livram de ver o sol nascer quadrado.

Aliás, Congresso que usurpa nosso pobre dinheirinho: ganham fortunas, escamoteadas através de verbas esdrúxulas para viagens, seguro-saúde, contas telefônicas, diárias e, principalmente, com um staff de assessores, assistentes, secretárias, os aspones da vida. Quantos e quantos flagrantes já ocorreram, detectando pagamentos a familiares, empregados domésticos, caseiros e que tais, todos eles alegadamente "dando expediente fora de Brasília"?

A luta por um Brasil melhor deveria começar com uma limpeza no Congresso Nacional, reduzindo para 1/3 o número de deputados, eliminando o Senado (qual a sua utilidade, sendo uma duplicata da Câmara Federal?), reduzindo salários e extirpando as famigeradas verbas extras.

Com certeza sobraria muito mais dinheiro para o Governo Federal distribuir aos mais carentes e miseráveis.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Eleições em Londrina: só pode ser uma piada!

 


Em Londrina, são 19 cadeiras na Câmara Municipal. E são 565 candidatos em disputa nesta eleição.

Para uma cidade de cerca de 550.000 habitantes - o que não é pouco - deduza o nível intelectual, profissional e capacitivo de alguns deles, analisando os nomes abaixo, pescados da lista de candidatos. Ah! Com certeza estão ávidos por receber o salário de R$12.900,00 - um privilégio - o que lhes resolveria todos os problemas do mundo!

Eu moro em Londrina. E de repente, eis que serei obrigado a acatar leis emanadas de um cara chamado Batatinha Express, ou do Cebola, ou do Cicerinho das Antenas, ou do Cowboy sem Limites, ou do Malaquias do Sacolão, ou do Mamãozinho, ou do Sucateiro Bocão, ou...

Seguem-se alguns nomes registrados no Tribunal Eleitoral como candidatos oficiais a uma das vagas:

ADEMIR DA EMPINOX

ADONAI DO SIATE

ALESSANDRA DA ZONA SUL

ALEXANDRE COLETIVO LONDRINA

ALEX DA ONG

ÂNGELA TIA DO LANCHE

ANTONIO CARLOS FISIOTERAPEUTA

BAIXINHO

BATATINHA EXPRESS

BETÃO CHOPP

BUIU GARÇON

CAPOEIRA ÁÁÁ

CARECA BEER

CARINA DA SAÚDE

CASKINHA DA FEIRA

CEBOLA

CHAVÃO

CHEF CAXIAS

CHEF MORIYAMA 

CICERINHO DAS ANTENAS 

CICERO MARINHEIRO 

COBRINHA

CORUJINHA ODILON 

COWBOY SEM LIMITES 

CRIS DO 5CÃO

DANIEL PINTOR

DÊ DO SENADINHO

DUILIO DO LANCHE 

EDERSON MOTORISTA DEAPLICATIVO

EDNEL DA HIGIENÓPOLIS

ESTEVÃO DA ZONA SUL 

EUDES MOTORISTA

FAFA DO CILO TRÊS

FERRUGEM 

FERRUGEM ZONA NORTE

FRAN DO CRISTAL

GIOVANA É SAÚDE

GUDI PINTOR

HELIO DA FARMACIA EVANGÉLICA

HIRO INSTRUTOR DE AUTO ESCOLA 

ÍNDIO TERMINAL

JOEL JUNIOR PROJETO CROTALARIA

JOELZINHO CANTOR 

JONATHAN JARDINEIRO

JULINHO DO PORCO NO TACHO

KICO DO ROCOCÓ

LURDINHA DO POVO 

MALAQUIAS DO SACOLÃO

MAMÃOZINHO 

MANEZINHO 

MARA BOCA ABERTA

MARCO DO AÇOUGUE OURO BRANCO

MARIO DOISMS RECREAÇÕES

MESTRA ROSELEE 

MOSQUITINHO

NAIR DO IDOSO

NELSON BOCA DURA

NILSA DO RECICLADO

NIVALDO PIZZA

NORMA PRESENTES

OSVALDO VIOLEIRO 

PAIZINHA 

PALHAÇO ASTRONAUTA

PEPE LOCUTOR 

PIRULITO

RAQUEL PROMOTER

RODRIGO DO POSTINHO

ROSA DA APOSENTADORIA

SAMIR DO CHOQUE

SUCATEIRO BOCÃO

TODINHO 

TONI DO PÃO

VAL (RAIO X)

VALTERLY DO GÁS

VANTUIL CASA DE RECUPERAÇÃO

WILSON LANCHES

XEXÉU LANCHES

ZÉ DO DOCE 

ZÉ LANCHES

ZENIRA CONFEITEIRA 

ZEZINHO FISIOTERAPEUTA 

Ilustração: Super.abril


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Programas policiais de Londrina


Para quem veio de uma metrópole como São Paulo, os programas da hora do almoço e de fim de tarde/início da noite em Londrina chegam a ser ridículos.
São três canais competindo entre si apresentando programas que na realidade são "reclames"* mesclados com poucas notícias.
Alguns apresentadores têm participações societárias nas empresas para as quais fazem os reclames. Há os que nem se deram ao trabalho de criar nomes criativos para suas empresas, batizando-as com as iniciais dos seus nomes.
Infelizmente somos nós que temos de aturar o desfile interminável de intervalos comerciais que ultrapassam de muito o tempo do noticiário, que deveria ser o foco do interesse sos telespectadores.

* Reclames: nomenclatura que se dava aos anúncios, provavelmente nos anos 1930 a 1960. Hoje "reclame" é sinônimo de baixa qualidade criativa

sábado, 5 de setembro de 2020

Ridículo, estapafúrdio e nepótico


Acaba de passar na rua, sob minha janela, o carro de som do candidato a prefeito de Londrina, alcunhado (por ele mesmo) de "Boca Aberta". 
Este gajo já demonstrou incontáveis vezes a sua condição de cidadão ridículo, obtuso, desconhecedor da ética e da compostura que se exigiriam de um deputado federal - cargo que ele, surpreendentemente, ocupa, "representando" Londrina.
Seu filho, "Boca Aberta Jr.". será o candidato a vice-prefeito
O partido  PROS também definiu que terá 29 candidatos a vereadores. Entre eles, a esposa de Boca Aberta. Se isso não é a expressão mais clara de nepotismo, por favor, me informem.

Dentre as incongruências do ex-vereador, atual deputado federal e candidato a prefeito, constam acusações de cuspir, xingar e agredir oficial de Justiça, protagonizar uma confusão com guardas municipais ao impedir a instalação de postes de iluminação pública em uma praça na Zona Norte de Londrina, uma briga com vereador que o levou ao hospital com ferimentos e a suspensão do mandato de deputado federal pelo Conselho de Ética da Câmara, por 10 votos a 1. Constam ainda várias estrepolias praticadas com sua bicicleta, equipada com caixas de som, ofendendo ex-prefeito e outras pessoas na cidade.
Se "Boca Aberta" ganhar a disputa para prefeito... Londrina vai passar um atestado de insanidade moral que se refletirá em todo o Brasil.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Anúncio da Vaio, proibido pelo Facebook

A Vaio produz notebooks e há alguns anos publicou este anúncio nos veículos de mídia impressa, para mostrar a universalização dos seus produtos - inclusive nos rincões africanos.
Por julgar o anúncio interessante, eu quis compartilhá-lo no Facebook. Eis que momentos após a inserção, chegou um aviso informando que a imagem havia sido retirada visto conter nudismo e ser imprópria....
Por outro lado, os veículos de comunicação (mídia impressa e televisão) publicam frequentemente notícias sobre os índios brasileiros, apresentando índias com os seios descobertos... e não há censura quanto a estas publicações.
O Facebook estabeleceu uma censura própria sob quais critérios?

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Covid 19: sabe-se tudo ou sabe-se nada?


Um novo vírus. Um novo tempo. 

"Estamos aprendendo a conviver com o Covid 19"! Será que estamos?

Médicos infectologistas e cientistas erraram nos prazos do final de contaminação, que haviam projetado de forma otimista ainda em março. Estamos em agosto... e tudo continua na mesma - ou ainda pior -, com cada mais infectados.

Os entendidos falaram em 2a. onda... mas na realidade continua sendo a primeira onda, se espalhando mais e mais pelas cidades de todo o mundo. 

Cientistas trabalham em mais de 140 vacinas... mas até agora, devido aos protocolos internacionais exigidos para a liberação de algum produto eficaz, as perspectivas são sombrias e podemos calcular muitos meses de espera, até alguma vacina chegar até nós.

Médicos informaram que o vírus seria altamente perigoso para idosos e pessoas com as chamadas comorbidades. Eis que o vírus tem atacado também jovens, atletas, pessoas sadias e sem as tais comorbidades, causando lesões graves e óbitos.

O pior: em inúmeras cidades, as pessoas não entendem a gravidade deste vírus, saem às ruas sem máscaras (ou as utilizam de forma errada), promovem aglomerações, continuam nas suas festinhas de embalo ou pancadões, debocham das autoridades, desobedecem às regras impostas pelas autoridades e se tornam extremamente perigosas para suas famílias e as pessoas no seu entorno.

Não bastassem estes dissabores, as redes sociais estão abarrotadas de fake news, palpiteiros, profetas do apocalipse, sádicos e psicopatas, todos provocando uma enorme desinformação.

sábado, 8 de agosto de 2020

O uso do condicional em casos policiais



Eu gostaria de saber por que tantos jornalistas utilizam o condicional quando descrevem um fato policial. Há alguma ordem restritiva contra o uso de assertivas nas notícias?
Matéria publicada em jornal de Londrina, quando três meliantes foram mortos em entrevero com policiais descreve, em seu texto:
"Suspeitos de terem praticado um furto".
"Eles teriam, segundo o órgão, descido do carro atirando contra os policiais".
"Foram apreendidos três revólveres, que seriam dos três suspeitos".
"O veículo, identificado pelos policiais, teria sido utilizado para a prática de outros crimes similares".
Afinal, se o produto do roubo estava em posse dos três, se atiraram contra os policiais, se as armas estavam na posse deles, qual a razão do uso do condicional "teriam", "seriam", "se"...

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Tupamaros, Farc, Eta no Brasil?

Vídeo do SBT

Só para refrescar a memória dos leitores: os Tupamaros eram bandidos que começaram com assaltos a bancos, clubes de armas e outros negócios no início dos anos 1960 no Uruguai. Costumavam distribuir comida e dinheiro roubados aos pobres em Montevidéu . No final dos anos 1960, envolveram-se em sequestros políticos, "propaganda armada" e assassinatos.
FARC eram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, tendo surgido em 1964 como um braço informal do Partido Comunista da Colômbia. As FARC lutam pelo controle da Colômbia, alegando combater a hegemonia ideológica dos Estados Unidos sobre o país, atuando principalmente em guerrilhas, sequestros e controlando o tráfico de drogas. 
O ETA (Pátria Basca e Liberdade) foi criado em 1959 com o objetivo de tornar a região basca (norte da Espanha e sudoeste da França) um Estado independente, promovendo movimentos de guerrilhas. Durante o período da ditadura de Francisco Franco, a organização ganhou popularidade devido ao grande número de atentados e mortes cometidos no país. 
Nós temos grupos similares no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro. Fotos e vídeos mostram bandidos armados com fuzis circulando pelas ruas das "comunidades" cariocas, desafiando a lei, a polícia e até o exército. As nossas Forças Armadas fizeram plantão no Rio de Janeiro com o objetivo de desmontar esse grupo de narcotraficantes... mas perderam a batalha. 
Os militares se retiraram e tudo continua na mesma, com tiroteios, mortes e assassinatos que chegam a uma proporção por nós desconhecida. Some-se ainda a estes bandidos as chamadas milícias... e está demonstrado o fracasso político do belo Rio de Janeiro. 
Se a luta por justiça fosse mais séria, o governo federal estaria encarando a situação carioca como um estado de guerra, colocando as forças armadas na situação de verdadeira guerra a exemplo do que fizeram os outros países ao enfrentarem os Tupamaros, as FARC e o Eta - todos praticamente liquidados.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Há 12 anos! E nada aconteceu! Vergonhoso!

O falecido estilista, apresentador de televisão e deputado Clodovil Hernandes, apresentou em 2008 uma PEC (Proposta de Emenda à constituição) que visava diminuir o absurdo e incompreensível número de deputados federais para 250 (praticamente a metade do número atual). Eis a notícia de 21/07/2008 - 18:25, cuja fonte é a Agência Câmara de Notícias: "A Câmara avalia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 280/08, que diminui o número de deputados federais dos atuais 513 representantes para 250. De autoria do deputado Clodovil Hernandes (PR-SP), a proposta determina que cada estado terá, no mínimo, quatro representantes e, no máximo, 35 deputados. Os parlamentares, de acordo com o texto, continuarão sendo eleitos pelo sistema proporcional, e o critério para o número de deputados por estado continuará o mesmo usado atualmente: a população. A PEC altera o artigo 45 da Constituição para inserir o novo número e estabelece ainda que eventuais territórios que venham a ser criados terão apenas um representante na Câmara Federal. A representação por estado e pelo Distrito Federal será estabelecida por lei complementar, proporcionalmente à população. Os ajustes necessários serão feitos no ano anterior às eleições (para que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de quatro ou mais de 35 deputados). Enxugamento O parlamentar destaca que a atual composição da Câmara dos Deputados, com representantes de todos os estados e do Distrito Federal, "resulta em um Parlamento com diversidade de idéias, bastante plural, o que é imensamente positivo". Entretanto, ele considera que o atual número de deputados é excessivo, especialmente "em um momento em que a sociedade se volta contra a classe política e exige a depuração de seus quadros". Para o deputado, "uma Câmara com 250 membros já possuirá amplas condições de representar a diversidade da sociedade brasileira, e possibilitará um enxugamento de estruturas administrativas que redundará até mesmo em significativa diminuição de despesas públicas como ganho secundário". Além disso, o parlamentar ressalta que o funcionamento da Casa, com a simplificação, deve melhorar. "Preservado o federalismo com a manutenção da representação igualitária do Senado, estamos certos de aprimorar nossa democracia", acrescenta. Tramitação A proposta tramita apensada à PEC 170/99, que altera a composição da Câmara Federal para 380 deputados, estabelecendo um mínimo de três e o máximo de 70 deputados por estado. Já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, a matéria deve ser analisada ainda por uma comissão especial, antes de seguir para o Plenário". Comentário: o governo federal é obrigado a dispender uma fortuna mensal para suprir os pagamentos de salários, mordomias, despesas extras, assessores, planos de saúde, viagens, verbas eleitorais, etc., etc., etc. dos "ilustres" (o entre aspas é uma ironia) parlamentares. Até hoje a PEC não foi aprovada (talvez nem tenha sido votada). Nenhum dos deputados se dignou a baixar seus próprios ganhos, principalmente nesta fase de pandemia, óbitos, desemprego, fechamento de empresas...

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Radicalismos


Estupefato. Foi a única palavra que encontrei para definir como me sinto no meio deste tumultuado processo "bolsonáticos X anti-bolsonáticos"!

Após sobreviver a todas as gestões presidenciais desde Getúlio Vargas, passando pelo regime militar, pela roubalheira do lulopetismo e pela louca Dilma, vejo os ânimos se acirrarem dia a dia de forma cada vez mais agressiva.

Não entendo a posição de fanáticos - muitos deles moram no Exterior e nem conhecem a atual realidade brasileira - que vestem a camisa do presidente, distribuem notícias fabricadas (inclusive fakes) e colaboram para corromper as mentes dos leitores em suas redes sociais.

Penso que cada um de nós tem o absoluto direito de externar opiniões e assumir posições. Mas o radicalismo que toma conta de grande parte dos brasileiros provavelmente nos conduzirá a desfechos indesejáveis e nefastos.

Faltou desde sempre aos governantes brasileiros interesse e empenho em reduzir as diferenças sociais, proporcionar educação e saúde, investir em infra-estrutura e, principalmente, extirpar o terrível cancro da corrupção que reina entre políticos, assessores e maus empresários.

Nossa luta deveria ser por exigências: cumprimento das leis, aplicação correta do dinheiro público e, principalmente a eliminação do gritante abismo entre a "corte" dos 3 Poderes e nós, vassalos pagadores de impostos. 

terça-feira, 2 de junho de 2020

70% versus 30%


Este é o novo slogan dos anti-Bolsonaro. Refere-se ao resultado de uma pesquisa indicativa de que apenas 30% apoiam hoje o presidente, após todas as trapalhadas e celeumas em que este se meteu.
Curiosamente, 30% era também a porcentagem média de apoiadores do luladrão, um número praticamente imutável, chovesse ou fizesse sol, seus partidários roubando muito ou pouco, corruptos ou não.
Presume-se então que eventualmente cerca de 40% dos eleitores hoje não têm partido político, não apoiam fulano nem sicrano, grande parte votaria nulo ou branco e obviamente não estão satisfeitos com o andar da carruagem.
Significa também que tanto Bolsonaro quanto qualquer um que se candidate às eleições presidenciais de 2022, terão de ralar muito, aglutinar mais eleitores e se esforçarem em técnicas de convencimento, confiança e capacitação.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Oportunidade perdida


As eleições presidenciais de 2019 representaram a oportunidade que os brasileiros esperavam para tirar do poder e de suas vidas a turminha do PT - os corruptos, incompetentes e indignos usufrutuários dos nossos suados ganhos.
Bolsonaro assumiu e trouxe esperanças de mudanças. 
Infelizmente, tudo indica que o ex-deputado não estava preparado para assumir o poder. Controverso, sujeito a explosões de humores, desobediente aos princípios básicos que regem a formalidade do seu cargo, influenciado por filhos de propósitos suspeitos, o presidente acredita que os bolsonáticos - ou a sua turma de "apoiadores - representam a maioria do povo brasileiro. Ledo engano!
Pesquisas indicam que os bolsonáticos representam cerca de 30% do eleitorado brasileiro, assim com os petralhas representavam também uma porcentagem similar, seguidores do desonesto (para dizer o mínimo) lula da silva.
Com as patacoadas de Bolsonaro, os ânimos começaram a se exaltar - além do razoável. Grupos pró e contra o governo montaram verdadeiras máquinas de informação e desinformação através das redes sociais, blogueiros, youtubers e os chamados "influenciadores digitais".
Infelizmente é quase impossível checar a veracidade de tudo que é publicado. Somos bombardeados minuto a minuto pela mídia, cujos jornalistas - da imprensa ou do rádio e tevê - são obrigados a seguir a cartilha dos seus empregadores, por interesses muitas vezes escusos. 
As passeatas e os movimentos de rua que tiveram início em Brasília e agora se estendem por outras cidades, se mostram cada vez mais violentas e assustadoras. Nem o confinamento impede aglomerações, comícios e confrontos, na contramão da sensatez de milhões de brasileiros.
E agora, Bolsonaro? 

sábado, 16 de maio de 2020

Pandemia e política: mistura perniciosa


Desde a gripe espanhola de 1918, nunca os brasileiros enfrentaram uma pandemia de tal vulto como esta do Covid 19.
A partir do momento em que a pandemia espalhou-se pelo mundo, cada país atingido procura desesperadamente e à seu modo caminhos para combatê-la. 
A maioria deles tem envidado seus esforços focados em encontrar a melhor solução pelo bem dos seus cidadãos. 
Médicos, pesquisadores, infectologistas e outros cientistas procuram compulsivamente um remédio, uma vacina, um paliativo, uma solução para este combate que tem ceifado vidas ao redor do mundo.
Infelizmente no Brasil, além das dificuldades inerentes ao nosso enorme território, com diferenças extremas nos usos e costumes de Norte a Sul, ocorrem deficiências culturais e financeiras: há pessoas sensatas que compreendem a importância do confinamento, das máscaras, da proteção familiar... e outras que esbanjam ignorância, acreditam ser imunes ao vírus, contestam e desobedecem as autoridades sanitárias e as regras impostas pelos governantes.
Por outro lado, nosso país vive uma turbulência política desnecessária frente à pandemia. Presidente e governantes se digladiam diariamente discutindo sobre confinamento e abertura, sobre fechamentos de atividades ou suas liberações. Pior: o presidente entra em litígio com sua própria equipe, principalmente na área da saúde, tentando impor seus conhecimentos rudimentares sobre a forma do combate em uma ciência que lhe é obscura e desconhecida.
Os veículos de comunicação se regalam com o pandemônio derivado da pandemia. Assuntos não lhes faltam e os desentendimentos políticos fornecem um prato cheio para sua degustação. Há inclusive apresentadores e comentaristas da televisão que nitidamente faltam salivar de satisfação.
Portais e blogs a favor e contra o governo distribuem notícias a granel, inclusive as chamadas fake news.
Só resta aqui um comentário final: esta é e foi a política de sempre em nosso país. Ou o país não se chamaria Brasil.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Bolsonáticos e Moro


Deixei de votar há 10 anos, assim que a lei me possibilitou.
Passaram pela minha vida incontáveis presidentes, uns mais e outros menos carismáticos.
Deduzi que a gana que algumas pessoas têm em ser um político de ponta deve ser um desvio psicológico, pois no mundo todo há pouca diferença entre líderes considerados democráticos ou ditadores. Todos eles estão em busca do poder. O poder pelo poder! A ciência pode explicar.
Nunca me "apaixonei" por nenhum político, muito menos por nenhum presidente do nosso país. 
Por isso, me assusta esta quantidade de "bolsonáticos", os fanáticos por Bolsonaro. Junto com eles, estão os agressivos, destruidores, provocadores (basta ver o que aconteceu em Brasília, as agressões a servidores da saúde e a jornalistas). Assustador!

Fotograma extraída de vídeo
Também não compartilho e até condeno as posições de muitos que querem a volta da ditadura militar, da qual tenho péssimas lembranças.
O "Mito" está enfiando os pés pelas mãos. Deixa que os filhos interfiram no governo. Desobedece a todas as regras do bom senso quando se trata da terrível pandemia e transmite um péssimo exemplo à população, principalmente à menos culta. É mal-educado no trato com a imprensa. Briga com o Congresso. Desdiz-se a cada momento. Confunde seu cargo com autoritarismo.
Desde antes da eleição, Bolsonaro conta com uma "fábrica" de notícias nas redes sociais, com a participação dos filhos e de especialistas em comunicação. A cada momento são espalhadas notícias contra adversários, contra a mídia adversária, contra outros políticos, congressistas e juízes; esta aparelhagem recebeu o nome de "gabinete do ódio".
Chegamos ao quesito Moro, razão deste comentário.
Indubitavelmente Moro é uma pessoa extraordinária. Mandou para a cadeia mais de 110 corruptos e o Brasil contou até março de 2019 com uma média de R$ 1,37 milhão por dia devolvidos aos cofres públicos desde 2014. 
Pesquisas indicavam a queda de popularidade do Mito e altos índices positivos para Moro e Mandetta. Provavelmente enciumado, Bolsonaro desfez-se inicialmente de Mandetta e depois ocorreu a celeuma com Moro.
Acho pequenez as pessoas repassarem notícias negativas contra o juiz Moro, xingando-o de traidor, aproveitador, etc, logo após ele ter sido considerado um herói. É necessário, antes, que a controvérsia da demissão seja muito bem esclarecida, para que no futuro não haja arrependimentos sobre a posição que tomamos hoje. 
Pessoalmente, não assumo a posição de "adorador" do Mito (ou "bolsonático"), nem compartilho as ofensas e acusações hoje formuladas contra Moro.
No Brasil, deveríamos evitar a posição do "8 ou 80". Eu prefiro me manter nos 40. É uma posição neutra, bastante analítica e responsável.
JEB

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Rememorando os tempos da censura

Matéria censurada no jornal O Estado de São Paulo substituída por versos de Camões

“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. 
Como não sou judeu, não me incomodei. 
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. 
Como não sou comunista, não me incomodei. 
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. 
Como não sou católico, não me incomodei. 
No quarto dia, vieram e me levaram; 
já não havia mais ninguém para reclamar...”

Martin Niemöller, pastor luterano que recebeu o
Prêmio Lênin da Paz em 1966

A censura brasileira foi bastante atuante nos tempos do regime militar e nem todos os brasileiros se deram conta do alcance de tal aberração. Nos jornais O Estado de São Paulo e seu filhote Jornal da Tarde quase diariamente matérias eram cortadas pelos censores, substituídas por versos de Camões e receitas culinárias exatamente nos espaços censurados. A censura agiu com mão forte também no reacionário jornal Pasquim, no teatro, no cinema, na música, em outros jornais e revistas brasileiros. 
O Pasquim sofreu intensamente com a censura: seus jornalistas, escritores e colaboradores chegaram a ser presos, mas como não se intimidaram, as autoridades da época ameaçaram os donos de bancas de jornais: se continuassem com a distribuição do Pasquim, as bancas seriam destruídas. Foi o fim do jornal.
Os artistas provavelmente foram os que mais sentiram na carne a mão forte da censura: peças de teatro e letras de músicas eram sistematicamente vetadas por “infringirem” a linha limítrofe entre entretenimento e eventuais mensagens políticas inseridas em seus contextos. A criatividade foi inteiramente cerceada. 
Naquela época, a publicidade também foi muito visada: todos os materiais que nós, publicitários, enviávamos para publicações no Exterior, passavam obrigatoriamente pela Polícia Federal. Em 1973 eu estive pessoalmente frente a censores em escritório da PF, à Rua Xavier de Toledo São Paulo, para liberar anúncios desenvolvidos pela minha agência de propaganda. Os anúncios foram criados para um cliente, se destinavam a publicações na Holanda e Bélgica por ocasião da primeira Feira Brazil-Export no Exterior, em Bruxelas, e foram meticulosamente examinados pelos censores antes da aprovação. O pacote para a remessa era lacrado, autenticado e só então poderia ser enviado ao Exterior.
Aqueles que minimamente tomaram conhecimento dos horrores provocados pelo nazismo, certamente já assistiram ou leram sobre a técnica nazista que consistia em promover pessoas de baixo nível social e intelectual para postos importantes nas tropas das famigeradas “SS”, que eram as “Tropas de Proteção” ligadas ao partido nazista e comandadas por Himmler. Assim, o ex-carteiro, o ex-alfaiate, o ex-açougueiro e até o ex-inútil da aldeia, subitamente se viam uniformizados e guindados à posição de carrascos daqueles judeus, ciganos, padres, pederastas, negros e outros grupos étnicos minoritários aos quais até então serviam. Aproveitavam a oportunidade para destilar suas frustrações, seu sadismo, sua raiva e sua incompetência infligindo-lhes torturas, castigos e até a morte.
Pois a censura não difere muito destes métodos. Ou seria possível alguém acreditar que na época do regime militar no Brasil os censores fossem professores-doutores, mestres em literatura ou pessoas dotadas de um grau mínimo de intelectualidade para censurar com olhar profissional e competente os materiais a eles apresentados? Espalhados por todas as cidades brasileiras? Os censores da época com certeza não eram luminares da inteligência brasileira. Os diálogos foram ásperos, primitivos e ai de quem ousasse tecer qualquer comentário a respeito: a “otoridade” se faria valer!
Censura caminha sempre de braços dados com o autoritarismo. Uma não pode viver sem o outro. E a História está recheada de exemplos. Pena que sejam esquecidos.
JEB