quinta-feira, 7 de maio de 2020

Bolsonáticos e Moro


Deixei de votar há 10 anos, assim que a lei me possibilitou.
Passaram pela minha vida incontáveis presidentes, uns mais e outros menos carismáticos.
Deduzi que a gana que algumas pessoas têm em ser um político de ponta deve ser um desvio psicológico, pois no mundo todo há pouca diferença entre líderes considerados democráticos ou ditadores. Todos eles estão em busca do poder. O poder pelo poder! A ciência pode explicar.
Nunca me "apaixonei" por nenhum político, muito menos por nenhum presidente do nosso país. 
Por isso, me assusta esta quantidade de "bolsonáticos", os fanáticos por Bolsonaro. Junto com eles, estão os agressivos, destruidores, provocadores (basta ver o que aconteceu em Brasília, as agressões a servidores da saúde e a jornalistas). Assustador!

Fotograma extraída de vídeo
Também não compartilho e até condeno as posições de muitos que querem a volta da ditadura militar, da qual tenho péssimas lembranças.
O "Mito" está enfiando os pés pelas mãos. Deixa que os filhos interfiram no governo. Desobedece a todas as regras do bom senso quando se trata da terrível pandemia e transmite um péssimo exemplo à população, principalmente à menos culta. É mal-educado no trato com a imprensa. Briga com o Congresso. Desdiz-se a cada momento. Confunde seu cargo com autoritarismo.
Desde antes da eleição, Bolsonaro conta com uma "fábrica" de notícias nas redes sociais, com a participação dos filhos e de especialistas em comunicação. A cada momento são espalhadas notícias contra adversários, contra a mídia adversária, contra outros políticos, congressistas e juízes; esta aparelhagem recebeu o nome de "gabinete do ódio".
Chegamos ao quesito Moro, razão deste comentário.
Indubitavelmente Moro é uma pessoa extraordinária. Mandou para a cadeia mais de 110 corruptos e o Brasil contou até março de 2019 com uma média de R$ 1,37 milhão por dia devolvidos aos cofres públicos desde 2014. 
Pesquisas indicavam a queda de popularidade do Mito e altos índices positivos para Moro e Mandetta. Provavelmente enciumado, Bolsonaro desfez-se inicialmente de Mandetta e depois ocorreu a celeuma com Moro.
Acho pequenez as pessoas repassarem notícias negativas contra o juiz Moro, xingando-o de traidor, aproveitador, etc, logo após ele ter sido considerado um herói. É necessário, antes, que a controvérsia da demissão seja muito bem esclarecida, para que no futuro não haja arrependimentos sobre a posição que tomamos hoje. 
Pessoalmente, não assumo a posição de "adorador" do Mito (ou "bolsonático"), nem compartilho as ofensas e acusações hoje formuladas contra Moro.
No Brasil, deveríamos evitar a posição do "8 ou 80". Eu prefiro me manter nos 40. É uma posição neutra, bastante analítica e responsável.
JEB

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