quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O buraco é mais embaixo

Só não enxerga quem não quer: a maioria dos problemas brasileiros resulta da inércia, inépcia e incompetência dos governantes, que simplesmente viraram as costas para a pobreza crescente no Brasil. Na mesma medida em que cresce o número de favelas, barracos, palafitas, invasões de terras, assentamentos ilegais – últimos recursos de uma população excluída e marginalizada – cresce também a deficiência no ensino, a falta de escolas, de assistentes sociais, de amparo aos mais necessitados.
Crianças que largaram os estudos, famílias desestruturadas e o avanço dos traficantes e das milícias, fazem com que aumente o número de jovens cooptados pela criminalidade, que promovem seu “acolhimento”, oferecem uma sensação de pertencimento que os jovens não obtêm em suas casas. Grande parte dos seus irmãos são frutos de diferentes pais, num segmento social em que as palavras casamento e união estável inexistem.
E o que exatamente os governos federal, estaduais e municipais via de regra fizeram para mudar este status quo? Instalaram mais escolas próximas destes bolsões de pobreza? Enviam assistentes sociais para orientações sobre higiene, alimentação, controle de natalidade? Oferecem creches para as mães deixarem seus filhos e, em geral como chefes de família, poderem trabalhar e levar sustento às suas proles? Como anda o atendimento hospitalar? Onde estão as obras de infraestrutura (água, esgoto, arruamentos, eletricidade sem os chamados “gatos”)? Quais programas habitacionais foram realmente implantados em larga escala?
As charges e fotos de políticos visitando as periferias são comuns em época de eleições. Poucos deles realmente se preocupam com os problemas. Não tive a oportunidade de ver um único projeto de candidato que oferecesse ideias nem soluções para essa imensa massa de marginalizados.
O buraco é bem, bem fundo!


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