terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O que aprendi com a pandemia

 

    Primeiro, descobri que a cada 10 especialistas comentando sobre o Covid 19 surgem duas, três, quatro ou mais opiniões conflitantes. Deles, não aprendi nada.
    Aprendi que o ser humano se divide em duas espécies: os que atendem às recomendações das autoridades e os que se negam peremptoriamente a segui-las.
    Aprendi que parte da população entende a necessidade do uso de máscara de proteção e a outra parte provavelmente tem bloqueios mentais, deixando-a de lado, usando-a sob o nariz, ou só cobrindo a garganta (como se tivessem cachumba), ou ainda pendurada na orelha.
    Aprendi que a o pessoal da imprensa anda esfregando as mãos de contentamento, pois o assunto pandemia é interminável e dá margem a reportagens espetaculosas, dramáticas e sensacionalistas.
    Aprendi que grande parte dos governantes – em especial nosso presidente da república - se esmera em dar o péssimo exemplo do não uso das máscaras, provocando aglomerações, tocando as outras pessoas com as mãos, muitos se beijando nas faces e se contrapondo a todas as recomendações dos infectologistas.
    Aprendi que nem mesmo nos países ditos evoluídos existe um consenso em relação às medidas que devem ser tomadas. Confinamento ou não confinamento, escolas abertas ou fechadas, multar ou não multar os transgressores das medidas preconizadas, aeroportos liberados ou paralisados...
    Aprendi que muitos jovens desta geração são totalmente diferentes dos da minha: não leem notícias, se alienam em relação à pandemia, desobedecem aos pais saindo para as baladas ilegais, se imaginam imunes ao vírus e dão pouca ou nenhuma importância à integridade física dos outros.
    Aprendi que os políticos mais uma vez sobrepõem interesses particulares, muitas vezes escusos, acima das necessidades dos seus eleitores – e aqueles que possuem dentro de si os genes da maldade, se aproveitam da pandemia para concretizar negócios, faturar comissões, efetuar compras inexistentes e enriquecer à custa dos doentes.
    Aprendi que, depois de 9 meses de pandemia, realmente não aprendi nada!

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