quarta-feira, 31 de julho de 2019

Maioridade penal: veja pelo lado inverso



O país perfeito: sem favelas, periferias que não são periferias, mas sim bairros bem cuidados, escolas gratuitas com professores de alto nível muito bem pagos, postos de saúde e hospitais atendendo de forma plena a todos os cidadãos, controle absoluto das fronteiras evitando a entrada de drogas e contrabando, policiais bem treinados e com curso superior completo, justiça rápida sem acúmulo de processos civis e criminais, penitenciárias com população carcerária bem abaixo do limite da capacidade, informações às mulheres sobre DSTs, relacionamentos amorosos e controle da natalidade, políticos abnegados e dedicados à causa pública, gestores da administração pública federal, estadual e municipal muito bem preparados… sim, o país perfeito.
Enquanto esse país perfeito não passar de uma utopia, é só dar uma passada de olhos no nosso pobre Brasil: políticos e administradores mais do que imperfeitos, mulheres com seis, oito, dez filhos de pais diferentes e sem condições de dar-lhes educação e escolaridade, presídios superlotados e em condições para lá de precárias, justiça lenta, cega e a serviço de interesses públicos e privados, policiais despreparados, mal pagos e muitas vezes trabalhando sem condições psicológicas ideais, drogas de todos os tipos entrando livremente pelas fronteiras, pelos aeroportos, pelas estradas vicinais, rios e mar, filas vergonhosas para atendimento médico (péssimo) em postos de saúde e hospitais, escolas degradadas com os piores índices na escala competitiva mundial, periferias sem serviços públicos compostos de aglomerados populacionais, puxadinhos, becos, cenários de brigas e desentendimentos, favelas monstruosas que não param de proliferar…
Nesse país absolutamente imperfeito chamado Brasil, vivendo a cruel desestruturação familiar, a péssima gestão dos administradores e com leis tão ultrapassadas, existem crianças de doze, catorze, dezesseis anos cometendo crimes atrozes, aterrorizantes e cheios de crueldade sem que a chamada justiça encontre fórmulas para sua reeducação ou isolamento da sociedade.
Para milhares de famílias que já sofreram nas mãos destes menores infratores, as penas pesadas e a redução da maioridade penal são os maiores anseios. Afinal, que justiça é essa, onde as famílias não estão a salvo nem no reduto dos seus lares e crianças perdidas em sua trajetória de vida ao avesso podem vagar pelas ruas, armadas, agredindo, torturando, matando?
JEB

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