terça-feira, 30 de julho de 2019

Quando o Rio de Janeiro era um “must”


Este paulistano (agora londrinense, desde 2004) foi um grande admirador da cidade do Rio de Janeiro. Na primeira vez em que lá estive, na década de 1950, eu tinha 18 anos e fui com um amigo. Fiquei maravilhado, para não dizer embasbacado. A orla, as praias, a paisagem… e as lindas garotas. Jurei voltar lá mais vezes.
E cumpri o juramento. Da segunda vez, entre praias, banhos de mar e passeios, lembro-me de ter curtido o barzinho do antigo e cilíndrico Hotel Nacional, que ficava na praia de São Conrado, quando um dos amigos que estava conosco foi dar uma canja acompanhando o conjunto que lá se apresentava, ao piano, numa sessão de jazz. O hotel faliu em 1995, ficou fechado por anos e foi reaberto em 2016.
De outra feita, junto com outro amigo, conheci lá uma linda garota que, com sua amiga, acabamos levando à Barra da Tijuca, à época um ermo. Daquela viagem surgiu “A minha garota de Ipanema”, conto real inserido no meu livro “Tia Belinha e a Grande Cartada …e novas histórias de bahr”.
Fui também ao Rio atrás de uma “meio namorada” curitibana, que terminara seu curso de psicologia e fora fazer o mestrado na então “cidade maravilhosa”. Desta vez a história não terminou muito bem e, para piorar, nem deu tempo para curtir a cidade. O trabalho me chamava.
Voltei ao Rio em 1966 a bordo do meu fusquinha amarelo com minha esposa Ruth Gabriela (que faleceu em 2008), para nossa lua de mel, que se iniciara em Nova Friburgo – uma decepção, pois chamavam a cidade de “A Suíça Brasileira” para competir com Campos de Jordão, que conhecíamos muito bem. Decidimos passar o resto da lua de mel em Copacabana. Maravilha.
Voltei ainda ao Rio para um almoço do “Homem de Visão” – quem se lembra? Era um evento anual criado por Said Farhat, ex-presidente da J. Walter Thompson Publicidade e que havia adquirido a Revista Visão, uma publicação semanal de informação geral brasileira. Visão circulou de 1952 a 1993. Naquele ano o almoço foi no Hotel Glória e junto com Ruth Gabriela, aproveitamos um belíssimo fim de semana.
Nunca mais voltei ao Rio. Pois as notícias geradas pela mídia deixaram de lado o pitoresco, o belo, o charme, as histórias de Jorginho Guinle e suas conquistas amorosas (Kim Novak, Zsa Zsa Gabor, Jayne Mansfield, Marilyn Monroe, Veronica Lake, Anita Ekberg e muitas outras), os passeios pela orla, os chopinhos nos bares de Copacabana. Agora, só terror, assassinatos, arrastões, sequestros, tiroteios, balas perdidas, assaltos a caminhões de carga, narcotraficantes e seus fuzis…
Saudades do velho e belo Rio de Janeiro.

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