quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

"Embalagens e a Terceira Idade"

Fabricantes de produtos alimentícios e agências de propaganda aparentemente se esquecem do público consumidor da Terceira Idade.
Rótulos e embalagens são criados, muitas vezes propositadamente, para dificultar a leitura.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O que aprendi com a pandemia

 

    Primeiro, descobri que a cada 10 especialistas comentando sobre o Covid 19 surgem duas, três, quatro ou mais opiniões conflitantes. Deles, não aprendi nada.
    Aprendi que o ser humano se divide em duas espécies: os que atendem às recomendações das autoridades e os que se negam peremptoriamente a segui-las.
    Aprendi que parte da população entende a necessidade do uso de máscara de proteção e a outra parte provavelmente tem bloqueios mentais, deixando-a de lado, usando-a sob o nariz, ou só cobrindo a garganta (como se tivessem cachumba), ou ainda pendurada na orelha.
    Aprendi que a o pessoal da imprensa anda esfregando as mãos de contentamento, pois o assunto pandemia é interminável e dá margem a reportagens espetaculosas, dramáticas e sensacionalistas.
    Aprendi que grande parte dos governantes – em especial nosso presidente da república - se esmera em dar o péssimo exemplo do não uso das máscaras, provocando aglomerações, tocando as outras pessoas com as mãos, muitos se beijando nas faces e se contrapondo a todas as recomendações dos infectologistas.
    Aprendi que nem mesmo nos países ditos evoluídos existe um consenso em relação às medidas que devem ser tomadas. Confinamento ou não confinamento, escolas abertas ou fechadas, multar ou não multar os transgressores das medidas preconizadas, aeroportos liberados ou paralisados...
    Aprendi que muitos jovens desta geração são totalmente diferentes dos da minha: não leem notícias, se alienam em relação à pandemia, desobedecem aos pais saindo para as baladas ilegais, se imaginam imunes ao vírus e dão pouca ou nenhuma importância à integridade física dos outros.
    Aprendi que os políticos mais uma vez sobrepõem interesses particulares, muitas vezes escusos, acima das necessidades dos seus eleitores – e aqueles que possuem dentro de si os genes da maldade, se aproveitam da pandemia para concretizar negócios, faturar comissões, efetuar compras inexistentes e enriquecer à custa dos doentes.
    Aprendi que, depois de 9 meses de pandemia, realmente não aprendi nada!

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O buraco é mais embaixo

Só não enxerga quem não quer: a maioria dos problemas brasileiros resulta da inércia, inépcia e incompetência dos governantes, que simplesmente viraram as costas para a pobreza crescente no Brasil. Na mesma medida em que cresce o número de favelas, barracos, palafitas, invasões de terras, assentamentos ilegais – últimos recursos de uma população excluída e marginalizada – cresce também a deficiência no ensino, a falta de escolas, de assistentes sociais, de amparo aos mais necessitados.
Crianças que largaram os estudos, famílias desestruturadas e o avanço dos traficantes e das milícias, fazem com que aumente o número de jovens cooptados pela criminalidade, que promovem seu “acolhimento”, oferecem uma sensação de pertencimento que os jovens não obtêm em suas casas. Grande parte dos seus irmãos são frutos de diferentes pais, num segmento social em que as palavras casamento e união estável inexistem.
E o que exatamente os governos federal, estaduais e municipais via de regra fizeram para mudar este status quo? Instalaram mais escolas próximas destes bolsões de pobreza? Enviam assistentes sociais para orientações sobre higiene, alimentação, controle de natalidade? Oferecem creches para as mães deixarem seus filhos e, em geral como chefes de família, poderem trabalhar e levar sustento às suas proles? Como anda o atendimento hospitalar? Onde estão as obras de infraestrutura (água, esgoto, arruamentos, eletricidade sem os chamados “gatos”)? Quais programas habitacionais foram realmente implantados em larga escala?
As charges e fotos de políticos visitando as periferias são comuns em época de eleições. Poucos deles realmente se preocupam com os problemas. Não tive a oportunidade de ver um único projeto de candidato que oferecesse ideias nem soluções para essa imensa massa de marginalizados.
O buraco é bem, bem fundo!


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Blogueiros Oitentões

 

Há cerca de dez anos apresentei na Academia de Letras de Londrina um breve texto, com o título “Blogueiros Setentões”. Eu compartilhava a minha descoberta de que não conhecia nenhum outro setentão além de mim produzindo e escrevendo em seus próprios blogs.
A razão maior era o fato de que, com aquela idade, poucos jornalistas, publicitários e outros profissionais tiveram a coragem ou o atrevimento de se enredar nos programas gráficos de computador, que soavam estranhos e complexos para a minha geração. Hoje, em parte graças aos celulares (que são na realidade minicomputadores de alto desempenho), os jovens e principalmente as crianças operam este novo mundo digital com uma desenvoltura inacreditável.
No meu caso, como publicitário e originalmente “layoutman” (desenhista-criador de peças publicitárias na antiga prancheta de desenho), fui obrigado em meados da década de 1990 a tomar uma decisão radical na minha vida. Após perceber que outras agências de propaganda apresentavam seus trabalhos já produzidos em Corel, Page-Maker, Photoshop e outros programas gráficos, finalizados em impressoras de mesa, embrenhei-me no mundo da informática. Com meu primeiro computador, adquiri aqueles programas e, inicialmente receoso e atemorizado, levei alguns meses até conseguir produzir as primeiras criações publicitárias, que possibilitaram a continuidade da minha sobrevivência profissional ao mesmo nível dos concorrentes.
As universidades ampliaram seus cursos. O termo layoutman mudou para designer gráfico. Surgiram novas áreas, anteriormente impensáveis, como Big Data e Inteligência Analítica, Marketing Digital, Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais, Produção Audiovisual Multiplataforma, Gestão de Redes de Computadores e Comunicação de Dados... e tantas outras especializações que hoje formam um emaranhado infinito de opções para formação de futuros profissionais. Cursos que vão muito além das áreas de comunicação, propaganda e marketing que eu cursara.
Em meados da década de 2000, comecei a aplicar meus conhecimentos de redação de textos e de design gráfico criando meu primeiro blog, que intitulei de “Bahr-baridades”, uma brincadeira com meu sobrenome. De início tímido, mas com ampla liberdade de expressão, escrevi sobre tudo: política, fatos do dia a dia, humor, crônicas, histórias do meu passado... 
Os acessos ao blog cresciam diariamente e chegaram a uma média de 1.000 diários, conforme indicava o contador de acessos do provedor. Em 2011, fui convidado pelo Diário de Maringá a inserir meu blog naquele veículo, onde o mantive até a decretação da falência daquele veículo em abril de 2019, perdendo lamentavelmente a maioria dos cerca de 4.000 textos lá publicados, que se tornaram inacessíveis. O mesmo aconteceu com vários outros blogs inseridos naquele portal.
Fui criador de outros blogs: talvez o mais importante tenha sido o “Visual de Londrina”, no qual eu me dedicava a denunciar a poluição visual da nossa cidade. Eu circulava pela cidade, fotografava os locais onde a poluição visual saltava aos olhos, inseria posts com as fotos e textos no blog, mostrava caminhos e soluções e este trabalho acabou despertando a atenção da imprensa - jornais, revistas e televisão -, para os quais dei várias entrevistas. Recebi críticas, elogios e quase tomei uma surra do pessoal que trabalhava com outdoors, ameaçados de perder seus empregos se a cidade adotasse medidas contra a poluição visual. Os textos que eu inseria no blog serviram de base, finalmente, para o então prefeito Barbosa Neto redigir e fazer aprovar a Lei da Cidade Limpa, de Londrina. Pelo trabalho desenvolvido, fui convidado a inserir meu blog no Jornal de Londrina, onde pouco mais tarde o extingui, visto a missão ter sido cumprida.
Hoje opero mais dois blogs: este “Conversas de bahr em bahr” – novamente uma brincadeira com meu sobrenome – e “Publicidade, prazer em conhecer”. Por comodismo, faço poucas inserções de matérias em ambos, talvez porque minha jornada de blogueiro já tenha sido bastante extensa.
Quando lancei meu segundo livro, fui entrevistado pelo Jornal da Gleba. O título da matéria foi “Julio Ernesto Bahr, o fuçador”. Sim, pois revelei ao jornalista que sou um pesquisador ou “fuçador” da internet, sempre buscando informações e comprovações de assuntos. E foi fuçando que descobri – ou melhor, não descobri até agora - nenhum outro blogueiro oitentão, que produza e escreva em seus próprios blogs.
Alguns provavelmente existem no Brasil. Em outros países, com certeza. Muitos existirão no futuro, quando a geração mais jovem se tornar idosa. Eles chegarão com grande conhecimento tecnológico e, quiçá, com formação cultural elevada. Mas por enquanto, considero-me um exemplar raro nesta fauna que se convencionou chamar de Terceira Idade. 
Um blogueiro oitentão! Principalmente blogueiro!

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Trump, espírito de ditador

 

Psiquiatras talvez possam explicar melhor as tendências de tantos dirigentes de países por todos os cantos do mundo em se tornarem ditadores.
A regra geral deles é jamais deixar o cargo de presidente e/ou ditador, agarrando-se com unhas e dentes às suas cadeiras/tronos, eternizando-se por 10, 20 ou mais anos.
A História está recheada destes tipos. Alguns já morreram, foram mortos ou estão a perigo em seus países:
Muammar Gaddafi
Papa Doc
Kim Jong-un
Manuel Noriega
Francisco Franco 
Augusto Pinochet
Salazar
Sadat
Bashar al-Assad
Lukaschenko
O que se estranha é que nos Estados Unidos, considerado um dos mais democráticos países do mundo, a figura arrogante, malcriada, despreparada e sem compostura de Donald Trump, vem demonstrando o seu desequilíbrio mental e moral, contestando as atuais eleições (cujo sistema difere dos sistemas da maioria dos países). Lá é possível um candidato ser derrotado nas urnas, mas ser eleito graças ao Colégio Eleitoral, o que  já ocorreu cinco vezes na história norte-americana. A primeira foi em 1824!
Depreende-se que o "espírito de ditador" tenha se alojado na cabeça de Trump, que está contestando as eleições - mesmo sem que todos os votos tenham sido apurados até esta data (05/11). 
Se eu fosse norte-americano, gritaria com todas as minhas forças: 
"Go home, Trump!"

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Brasil, incompetência é o seu nome!

 

Tente descobrir um papel ou uma garrafa plástica jogados nesta rua na Suíça

Difícil acreditar. Mas a maioria dos acontecimentos que viram manchetes e notícias na mídia, mostram o lado negativo que nos cerca por todos os lados. Graças à incompetência dos responsáveis.

No incêndio no hospital do Rio na terça-feira, 27/10, quando três pessoas morreram, as notícias dão conta de que o Ministério da Saúde sabia de risco de fogo ao menos desde abril de 2019; após relatório feito por equipe de engenheiros a pedido da pasta, nenhuma adaptação foi feita. Onde estava o diretor-responsável pelo hospital? 

As enchentes de São Paulo mostram a incompetência de prefeitos, um após o outro, que nada realizam para minimizar seus efeitos - inundações, deslizamentos, carros submersos, lixo boiando pelas águas. Nenhum plano foi proposto após a construção do primeiro piscinão, ainda no mandato de Paulo Maluf, mais um prefeito que foi preso. Onde estão os engenheiros, planejadores, responsáveis por soluções?

No Rio de Janeiro, cada vez mais os traficantes e as milícias vão tomando conta e formando um governo paralelo. Armados de fuzis e armas pesadas, meliantes circulam em bandos atemorizando, chantageando, matando, roubando e invadindo propriedades. Em países mais organizados, militares montaram verdadeiras operações de guerra, acabando com estes tipos de governos paralelos, principalmente na América do Sul. 

Mulheres que vivem na linha da pobreza, além de não conseguirem trabalho e geralmente viverem sozinhas com cinco, seis ou mais filhos, não recebem orientações da Assistência Social (será que essa instituição existe?) para aprenderem a usar contraceptivos - ou exigir que seus parceiros o façam. Pode-se imaginar o futuros destas crianças...

Prefeituras da maioria das cidades não conseguem acabar com o péssimo hábito dos cidadãos (?) em jogar lixo nas ruas, criando focos de doenças, entupimento de bueiros, enchentes e toneladas de plásticos e outros objetos. Por quê na Suíça e em outros países europeus raramente se vê um simples pedaço de papel nas ruas?

Neste post poderiam ser incluídas mais e mais demonstrações da incompetência brasileira que impedem nosso país de integrar o 1o. Mundo. Mas o texto se transformaria em um livro de 200 páginas, ou mais. Triste!

Em janeiro, médicos, enfermeiros e parentes de pacientes fizeram uma manifestação em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, após a direção da unidade decidir gastar R$ 156 mil para comemorar a festa de 70 anos da unidade. O evento aconteceu no momento que a unidade de saúde passava por um “choque de gestão” por falta de materiais para trabalhar no local. As tendas onde aconteciam a festa acabou sendo invadida por pelo menos cem manifestantes, entre médicos, servidores administrativos e enfermeiros, que gritavam palavras de protesto, além de "fora, Luana", se referindo a Luana Camargo da Silva, diretora do HFB, uma farmacêutica que não tinha a menor competência para dirigir aquela entidade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

513 deputados federais. Para quê?

 

A cada eleição bienal no país, surge em minha mente a imagem do palhaço Tiririca (lembra-se dele?), que decidiu candidatar-se e acabou eleito deputado federal por São Paulo, tendo sido o quarto deputado mais votado em toda a história do Brasil. Em quatro anos de legislatura, pronunciou um único discurso, em 6 de dezembro de 2017.
Assim como Tiririca, a maioria dos deputados apresenta zero ou pífias realizações, um quadro que chega a ser assustador. Quantos dos 513 deputados federais realizam efetivamente algo de positivo para a nação?
Muita gente nem se lembra do nome do deputado federal, estadual ou vereador  que ajudou a eleger com seu voto na última eleição.
As campanhas políticas mostram uma avidez dos candidatos em se elegerem e, quase sempre, suas finalidades se prendem unicamente a dinheiro, ganhos ilícitos, descaminho e, pior, nomeação de familiares e amigos a título de assessores. Daí surgem as chamadas "rachadinhas". O povo que se lixe!
O salário mensal mais benefícios de cada deputado federal soma R$168,6 mil (cerca de R$2 milhões /ano. Somados, os deputados representam um custo mensal de R$86 milhões e  de mais de R$1 bi anuais.
Junte-se ainda a verba para contratação de assessores para cada deputado, que é de R$ 101.971,94 e deve ser dividida entre 5 a 25 pessoas, que recebem uma remuneração variando entre um salário mínimo e R$ 14.334,28... e teremos a mais exata configuração de uma Corte Imperial, que manda e desmanda no país.
É por isso que aparecem tantos Tiriricas da vida tentando a sorte grande nas eleições. Uma aposta muito mais viável do que arriscar um jogo na Mega-Sena.