segunda-feira, 4 de abril de 2022

Nossa guerrilha urbana

 

Diariamente ficamos abismados (para dizer o mínimo) com o grau que a violência urbana atingiu nosso país. Em 2018 o Brasil já era o país com o maior número de cidades entre as 50 áreas urbanas mais violentas do mundo, segundo ranking divulgado pela organização de sociedade civil mexicana Segurança, Justiça e Paz, que faz o levantamento anualmente com base em taxas de homicídios por 100 mil habitantes

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera uma taxa acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes como característica de violência epidêmica.

Natal (RN), Fortaleza (CE), Belém (PA), Vitória da Conquista (BA), Maceió (AL), Aracaju (SE), Feira de Santana (BA), Recife (PE), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Macapá (AP), Campos de Goycatazes (RJ), Campina Grande (PB), Teresina (PI) e Vitória (ES) eram as outras cidades brasileiras que constavam do ranking.

Nas grandes capitais, onde ocorre maior número absoluto de homicídios, a taxa é menor, já que resulta do cálculo do total de assassinatos dividido pelo tamanho da população. São Paulo e Rio de Janeiro, apesar de não constarem na lista, sofrem violência crescente dia após dia.

Assaltantes matam simplesmente por matar. Motoqueiros que se fazem de entregadores de delivery na verdade são assaltantes, geralmente armados. Residências são invadidas com ou sem moradores presentes. Bancos sofrem assaltos holliwoodianos. Fiações de cobre são furtadas de fábricas, depósitos, escolas e outros locais. Motoristas perdem seus automóveis a cada momento. Até gradís e tampas de bueiros, de ferro, são alvo da rapinagem. Centenas de aparelhos celulares são roubados diariamente em todo o país. Milícias e narcotraficantes já dominam favelas (as comunidades) e as trocas de tiros com policiais são constantes.

A BBC de Londres, que mantém jornalistas aqui no Brasil, fez uma análise publicada em seu portal, chegando a algumas conclusões:

- Brasil nunca teve uma política de Estado para a segurança
- Projetos para segurança são reações a episódios de crise
- Falta articular a inteligência das diferentes forças de segurança
- PF deveria atuar mais no combate ao tráfico
- Há corrupção policial nos Estados
- Prisões lotadas favorecem expansão de facções

As eleições para presidente e governadores vêm aí. Uma excelente oportunidade para os novos governantes desenvolverem panejamento e oferecerem soluções no combate à perigosa criminalidade que nos rodeia.

Foto: O Globo

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