Educação no Japão: um contraponto à educação brasileira |
Do alto das minhas oito décadas de vida, que abrangem quatro gerações diferentes (cada geração é renovada de 20 em 20 anos), vejo que neste longo período os governantes pouco se preocuparam e continuam a não se preocupar em melhorar a qualidade do ensino no Brasil.
É por isso que em pleno ano de 2020 se ouve frases como:
- Nóis veio para aqui
- A gente sabemos disso
- Nóis vamo se protegê
- Eu gosto de salchicha
- Eles foi no adevogado
- O médico mandô tomá pírula.
- Ela foi estrupada.
- Num tem pobrema
- Ontem comi mortandela
E por aí vai. Em 1950, metade da população brasileira era analfabeta, índice que caiu para 39,7% em 1960. Em 2015, pesquisas indicaram 8% de analfabetos, que correspondiam a 16 milhões de pessoas (segundo o IBGE).
Em 2017 (e nada deve ter mudado nestes últimos dois anos) o analfabetismo no Brasil atingia 7,0% da população ou cerca de 11,5 milhões de pessoas. Há que se considerar ainda o número absurdo de analfabetos funcionais, que falam errado e não entendem nada daquilo que leem.
Sinto uma facada no peito a cada vez que ouço entrevistados - principalmente a população das periferias - falando errado e, pior, repórteres e apresentadores de tevê desfilando igualmente a sua ignorância em relação à língua portuguesa.
Em contrapartida, sabemos que a rotina das crianças no Japão é intensa e envolve muito mais do que abrir os livros e estudar. Na escola, os pequenos realizam atividades em tempo integral. E aprendem a sua importância no mundo, o que resultou no enorme desenvolvimento que aquele país apresentou nas últimas décadas.
Escolas existem. Professores existem. Livros existem. Parece que falta orientação aos pais e disciplina para manter crianças assistindo às aulas, despertando-lhes mais interesse e curiosidade em ampliar seus conhecimentos. Falta também vontade política dos governantes para colher melhores resultados dos alunos.
O lema da inércia governamental é deixar como está para ver como é que fica...
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