quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Não foi apenas culpa da natureza

 

Quando me sentei para escrever este breve texto, já se contabilizavam quase 60 mortos na tragédia das chuvas em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. 
Houve deslizamentos de terra por toda a cidade. E o trabalho de resgate continuava. Em seis horas, choveu o esperado para o mês inteiro. 
Mas não foi apenas a quantidade de chuva que causou tantas vítimas. Assim como ocorreu em Minas Gerais e em outros estados.
A culpa é da incompetência dos governantes. 
Da falta de controle sobre as fragilidades e os perigos que certas áreas oferecem à população. 
Da sua incapacidade de gerenciar construções clandestinas, precárias e erguidas em áreas sabidamente de risco. 
Da falta de sensibilidade em relação a um enorme contingente de pessoas abandonadas à própria sorte, muitas delas banidas das opções que a sociedade oferece, desempregadas, algumas sem instrução e que procuram um local qualquer - qualquer que seja - para erguer sua casa ou casebre.
Da falta de vontade política para construir e entregar casas populares, de baixo custo e até a custo zero.
Ah! Ao abrigo das intempéries, entre comes e bebes, um champanhezinho, eventualmente uma porção de caviar, suas excelências vereadores, prefeitos, deputados, senadores e ministros se reunem com mordomias, altos salários e totalmente alheios ao que se passa no Brasil. 
No nosso Brasil!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Istas X Ocas, Eiros X Enses

 

Não importam os prefixos que antecederiam os istas, ocas, eiros, enses e tantos outros sufixos.
As rivalidades existem. Sejam políticas, regionais, futebolísticas ou partidárias.
Nos Estados Unidos, a grande exacerbação levada ao conhecimento do mundo é a rivalidade entre Anos X Atas, isto é, Republicanos X Democratas.
No Brasil as rivalidades dominam principalmente na política e no futebol.
Em ambos os casos, não é incomum a rivalidade se transformar em discussões exacerbadas, brigas e até mortes.
Fico abismado quando vejo eventos políticos que juntam seguidores antagônicos, obrigando muitas vezes a intervenção da polícia e da cavalaria, restando fumaça, destruição e feridos - quando não mortos.
Fico impressionado com a paixão de certas pessoas, que se juntam em grupos para louvar um time de futebol - mesmo fora de campo -  em aeroportos, saídas de estádios, nas portas dos clubes, os chamados fãs que faltam ao trabalho e gastam fortunas em viagens e locomoções apenas para se aproximar dos seus ídolos.
Não compreendo o grau de rivalidade entre torcedores de clubes, que chegam a atacar, ferir e até matar torcedores de clubes rivais nas ruas, nas estações de metrô e de trens.
Como funcionam estas cabeças? 
Talvez fosse necessário ressuscitar Freud para nos explicar.

Foto de Mauro Horita

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Ser idoso...

 

Acidentes, atropelamentos, assaltos, crimes e golpes que envolvem pessoas de mais idade são sempre tratados com os títulos "idoso é atropelado" idosa é assaltada", "idoso sofre golpe"...
Os idosos perdem suas identidades. Passam a ser simplesmente idosos. Não importa o que são ou o que foram. Médicos, engenheiros, psicólogas, dentistas, avós, arquitetos... tudo desaparece sob o rótulo "idosos".
Nós, que somos da "melhor idade", precisamos lançar uma campanha alertando os veículos de comunicação que tanto prezam e adoram usar esta palavra.
Somos viventes, tais como os jovens. Somos seres pensantes. Somos ou fomos produtivos. Temos nomes, endereços e personalidades.
Será que os Cid Moreira, Faustão, Glória Maria, Ana Maria Braga, Galvão Bueno, Serginho Groisman e tantos outros "famosos" também serão chamados de "idosos" pelos veículos de comunicação no dia em que - oxalá jamais ocorra - sofrerem acidentes, atropelamentos, assaltos ou golpes?

Falar é fácil, mas apresentar soluções...

 

Fico abismado quando ouço esse pessoal que já está se lançando a cargos eletivos para presidente, governadores, senadores, deputados, prefeitos e quejandos.
Todos, sem exceção, são especialistas em apontar os erros, problemas e omissões que ocorrem no Brasil ou na sua esfera geográfica local: desemprego, infraestrutura, pobreza, moradias, transporte, estradas, economia, combustíveis, energia, educação... e por aí vai. Tudo o que nós já estamos carecas de saber.
Infelizmente não ouvi nenhum destes candidatos apresentar soluções. Como alavancar a economia? Como acabar com o desemprego? Qual a fórmula mágica para acabar com a pobreza/miserabilidade? Qual o plano para disseminar moradias dignas? Como equacionar melhor o transporte rodoviário/ferroviário? Como garantir a educação e a frequência dos alunos às salas de aula? Como reduzir o custo dos combustíveis e da energia? Quem pretende reduzir o número de deputados, senadores e aspones? O que propor para a eliminação da corrupção? Como despolitizar as interferências interinstituições? Como oferecer transparência à política externa, às contas públicas, aos atos administrativos? Quem vai terminar com nomeações de apadrinhados? Quando será exigido atestado de capacitação para cargos federais, estaduais e municipais?
São tantas as perguntas que precisaríamos de muito mais espaço para sua continuação.
Enquanto isso... pobre Brasil!
JEB

sábado, 8 de janeiro de 2022

Para quê médicos? Para quê a ciência?

 

Pelas notícias dos últimos tempos - e por últimos tempos refiro-me aos três anos do atual governo federal - chego à conclusão de que médicos infectologistas, biólogos, cientistas e pesquisadores têm muito menos valor do que as assertivas do presidente Obtuso Messias Bossalnaro.
É impressionante como este homem bitolado me lembra os tempos de infância, quando nossa turminha discutia temas que iam além da nossa compreensão. A quantidade de abobrinhas que resultavam daquelas conversas daria para cultivar grandes lavouras. Figurativamente, é claro.
Em post anterior neste blog já reproduzi várias afirmações de absoluto "nonsense" emanados da boca deste presidente despreparado. Infelizmente, novas bobageiras vêm-se somando àquelas, porém cada vez mais assustadoras.
Nesta última safra, o Obtuso Messias Bossalnaro mais uma vez colocou em dúvida a ciência e pretendeu inibir a vacinação das crianças, ao contrário do preconizado pela Organização Mundial da Saúde e pelos mais renomados cientistas internacionais.
O historiador Marco Antônio Villa não perde as oportunidades para chamar o presidente de Obtuso.  Contou que quando conversou com ele notou que ele não entendia metade do que falavam.
Eu não perco as oportunidades para chamá-lo de Bossalnaro. Aqui, para bom entendedor, o sobrenome inteiro basta.
Do nome original resta, por enquanto, o Messias. Que, aliás, é o salvador prometido no antigo testamento da Bíblia Sagrada. Ele tem mais um ano para provar que vai salvar alguma coisa em nosso país. Qualquer coisa! O que eu duvido!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Colaboramos para o fim da poluição visual em Londrina!

Clique para assistir

Quem conheceu Londrina na década de 2000 certamente se lembrará da incrível poluição que dominava a cidade. Outdoors, placas, faixas, luminosos e penduricalhos estavam espalhados por todos os lados, grande parte instalada pelas empresas especializadas no setor e que pagavam aluguel para ocupar os espaços. 
Este publicitário criou o blog Visual de Londrina, que se especializou em denunciar tal poluição através de fotos clicadas circulando pela cidade; o blog também mostrava alternativas (publicidade indoor, vitrines bem elaboradas, equipamentos públicos patrocinados). 
As denúncias divulgadas pelo blog ecoaram na imprensa: várias entrevistas foram concedidas na televisão, jornais e revistas até que o tema finalmente chegasse à mesa do prefeito (Barbosa Neto, à época) que promulgou a lei 10.966/10 – Lei Cidade Limpa, aprovada em julho de 2010 na Câmara de Vereadores, e sancionada dia 2 de agosto do mesmo ano.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

As análises e os fatos

 

Quando se trata de política, são poucas as pessoas que podemos catalogar como analíticas. Que são aqueles possuidoras de mentes abertas, compreendem os atos e as intenções (por vezes ocultas, mas na maioria das vezes expostas) dos governantes e candidatos, sabem discernir o certo do errado e votam conscientemente.

As redes sociais e as tecnologias da comunicação estão produzindo páginas e mais páginas, notícias e mais notícias, vídeos e mais vídeos, por vezes distorcidos da realidade, vendendo "produtos" inexistentes, fantasiosos, a favor de um e em detrimento do rival. A palavra de ordem mais utilizada atualmente é "narrativa", insinuando que o opositor esteja mentindo.

Infelizmente a maioria das pessoas é levada pelo fascínio de seu ídolo (candidato ou governante), são induzidas por palavras, frases ou intenções que posteriormente se revelam farsas, irrealidades e até utopias.

A discussão política é saudável... desde que não resulte em brigas, rompimentos de amizades e que nenhum dos partidários de um ou outro personagem insista em "vender" ao outro as duvidosas qualidades do seu candidato.